Vizinhos!…
Todos os temos.
Se, para uns, a vizinhança é uma bonança… Para outros, nem tanto…
No meu caso particular, ainda “no ninho”, os vizinhos eram, salvo algumas exceções, aquelas entidades que:
– nos confiavam a chave de casa quando iam de férias (fosse para alimentar os peixes, fosse para regar as plantas);
– desempenhavam, por curtos períodos de tempo, a função de babysitting;
– a quem recorríamos quando, em plena confeção do jantar, nos faltava aquele ingrediente;
– sabiam de cor o nome próprio de cada elemento do agregado familiar;
– sabiam a matricula do nosso carro e salvavam-nos de baterias descarregadas, porque davam o alerta imediato caso nos esquecêssemos da luz ligada;
– regressavam do fim-de-semana “na terra” e tocavam-nos à porta munidos de sacos de laranjas, batatas ou couves… (E sim, morava em pleno centro urbano!…)
Quando me mudei, a palavra “vizinho” (e todas as palavras vizinhas…) ganhou um novo significado!…
Hoje, não é de estranhar não sabermos o nome do vizinho do lado, os cumprimentos resumirem-se a leves acenos de cabeça ou uns “bons dias” entredentes e arranjarmos desculpas para não termos de apanhar o mesmo elevador… Nem que seja à custa de mais uns minutos no carro ou de abrirmos mais uma vez a caixa do correio no hall da entrada… “Vá subindo!…”
Nalguns condomínios, também não são inéditas trocas de galhardetes num papel qualquer colado no espelho do elevador, versando sobre lixo indevido ou dejetos dos animais… Recados mais personalizados também acontecem, geralmente na caixa do correio do visado…
Quando há porteira, essa sim, é profunda conhecedora de cada alma habitante em cada porta!…
(Debruçar-me-ei sobre algumas, no próximo post)!