Porque é que quando nos tornamos mães, “mãe” passa a ser o nosso nome próprio?…
Vejamos: damos à luz, ou em bom português e gíria médica, PARIMOS et… voilá! Somos mães. Tudo certo! Somo-lo por direito! (e por dever!…).
Acontece que, a partir desse momento o somos também não apenas para o ser (ou seres, no meu caso!) a quem gerámos vida mas para todos os que trocam palavra connosco. E “mãe” passa de substantivo a nome próprio!…
“Oh mãe isto, oh mãe aquilo!”… E, de repente, ainda com os pontos, já somos mãe da enfermeira, mãe da auxiliar… “A mãe já se quer levantar?”…
Para uma ou outra senhora de bata azul ou branca mais carinhosa, somos “mamã”!…: “A mamã já evacuou?… (Pior a emenda…)
O batismo não se fica pela unidade das puérperas do hospital…
O senhor do registo vai chamar-nos “mãe”!…
A rececionista do consultório do pediatra vai chamar-nos “mãe”…
Mais tarde, vamos ser mãe das educadoras da creche e jardim-de-infância… Por deformação profissional, estas têm geralmente a capacidade de falar uns decibéis acima do que o nosso ouvido adulto tolera e gritam!… “OH MÃEEEE!!!!!… Amanhã não se esqueça de trazer os ténis que é dia de ginástica!!…”
Percebo o duplo propósito: não têm de fixar o nome de todas as mães e querem centra-se na criança. Mas então, porque não: “Oh mãe do Joãozinho”?…
Escusamos de ter filhos espalhados em cada canto!!…