Há dias sentados nas rochas, com o mar aos pés contemplando o céu, interpela-me o meu sobrinho no auge da curiosidade insaciável dos seus quase 5 anos: “tia?!…”; “Estou tramada”, pensei… Lá veio: “Se só pudesses escolher um fruto qual escolhias?”; “Ufa! Bem mais fácil do que explicar porque é que a lua está no céu se ainda é de dia…”; “Abacate”, respondi sem pensar. Poupei-o a enumerar os inúmeros benefícios nutriciais deste fruto (não vos poupo a vocês, se quiserem) e disse-lhe que era o fruto que conhecia que mais alimentava, que mais se transformava, que ficava bem a qualquer hora do dia e que por isso não enjoava. Disse-lhe que comi muito quando os primos estavam na minha barriga e hoje também eles adoram. Por essas e por outras, tenho sempre no frigorífico.
Torce o nariz e faz de “avocato” do diabo: “tem um caraço muita grande e se te esqueceres da faca para a praia já foste! Eu escolhia amoras!” Chamem-no parvo!…