Não só tenho saudades do que já passou, como dou por mim com saudades do que está a acontecer, por saber que também vai passar e que vou sentir saudades, porque já passou.
É quase uma infantilidade esta forma de saudade. Surge em diversos momentos do dia, nas mais diversas horas, no quotidiano que, só à primeira vista, é banal.
É que é muito fácil confundir o banal com o precisoso quando surgem em simultâneo.
O segredo está em não confundi-los.
O truque está em fingir que o que se está a passar já passou mas voltou, por uns breves momentos, só para matar saudades.
Amanhã, naquele momento (aparentemente) trivial de vos levantar, cheirar-vos o sono no cabelo e calar-vos o protesto reivindicativo do meu abraço, vou fingir que a flanela aos quadrados tem afinal elastano e serve-vos na perfeição.