É o amor mais singelo. Não tem artifícios ou fórmulas. É transparente na forma como se vive, mas opaco a variações. Não é SÓ, mas é TODO dar. O receber vem por acréscimo, é natural e espontâneo, não moeda de troca.
É talvez a única forma de amor que vive bem na sua desproporcionalidade e incondicionalidade.
Não nasce fora, vem de dentro. Ainda cresce fora, mas sem requintes de amadurecimento, porque está de bem com a sua primitividade.
Vive as palavras esdrúxulas e os acentos tónicos, mas nunca tem reticências ou interrogações.
É universal e vive acima das palavras. Cria, sem estudos, um léxico próprio e faz uso de jargão único, pessoal e intransmissível.
É corpo a corpo, é pele com pele. É acima do querer. E quer, em segredo, acolchoar o mundo.
Vive acima da saudade. É puro, mas tem desonestidade intelectual, porque mesmo que não seja sempre assim… faz com que pareça sempre assim