A dada altura do seu desenvolvimento, o bebé percebe, pela forma como atua no mundo, que o objeto continua a existir, ainda que deixe de o ver. E esta conquista é tão maravilhosa quanto mágica e trabalhosa ao nível do sensório-motor.
Quando o bebé já não o é, o objeto não é de peluche ou outro material sintético, quando a dentição já está completa e os corpos se verticalizam, a constância do “objeto” é a massa mãe para se fazer pessoa.
E damos por nós, pessoas crescidas, à despedida (ainda que curta) a dizer: “não te esqueças de mim!”. Assim, como não quer a coisa. Mas a verdade é que se quer “a coisa” e “a coisa” é sabermos que o outro nos leva, que pensa em nós.
É mais do que a introjeção do outro: “tenho-te dentro de mim”, é ter a certeza de que estou dentro do outro, que o outro pensa em mim, mesmo quando não estou.
Aí sim, com essa segurança às costas, alcalificamos essa estrada gigante que temos à nossa frente.