Baby clash é o nome que se dá ao impacto da chegada de um filho nos casais.
Para muitos, ser “pais” é uma verdadeira bênção e rapidamente agarram o substantivo sem, no entanto, acolher o conceito.
A parentalidade é muitas vezes um conceito abstrato e romantizado até nos vermos confrontados com as noites em branco, a casa em estado de sítio e o tempo com régua.
As canções não falam nisto. Os livros não falam nisto. Têm para lá um subcapítulo que fala na diagonal sobre o impacto da falta de tempo, na importância do suporte familiar…
E depois há o hoje. E hoje o depósito do amor tem de estar sempre atestado. Ao mínimo solavanco é preciso encostar. Não há espaço para falhas, ponteiros abaixo do nível máximo, subtrações de qualquer espécie.
Dá-se na medida exata do que se espera receber, sem perdão para desmazelos ou diferenciais. E quando se junta um elemento à equação, ainda que seja um denominador comum, a regra dos 3 é tudo menos simples.
A verdade é que não podemos esperar “x como para y” quando este xx ou xy vem baralhar as contas.
Não vale só não encolher barrigas. Não encolhamos as verdades: Amar dá trabalho. Não venderia como título de canção, mas o amor não vive dos feitos. Tem de ser feito por nós. E quando não consegue demorar-se na contemplação de outrora, (re)inventa-se, (re)cria-se, ganha um ritmo novo e léxico próprio.
Não vale limitarmo-nos ao papel de aprendizes de pais. Vamos ser novatos nisto do amor e, ainda que já não coremos, trocar um ou outro sorriso desajeitado. Não leva assim tanto tempo.