Há diálogos que nos racham o coração e fendem o discernimento:
“Mãe, para que é que tu tens mamã e papá?” “E tu, para que é que tens mamã e papá?”
_ “Para não ficar perdido!…”
Não falei. A voz ter-me-ia saído tremida numa escala de Richter que abalaria o momento. Aquele em que me divido entre o deleite da prontidão da resposta e a sapiência de não dizer simplesmente: “para não me perder”.
Aquele em que percebo que ele percebe que os pais suficientemente bons não impedem que se perca, mas aqueles que não deixam que fique perdido.