“Quero a mãe”.
As crianças não falam exatamente a nossa língua. E, por vezes, o melhor é ouvi-la, sem ambicionar integrá-la na nossa gramática rebuscada.
“Quero a mãe”.
A criança que se magoou, que está triste ou que tem medo não pede para a mãe resolver aquele problema, tampouco quer saber se ela tem a resposta ou a solução.
Ela (só) quer a mãe. É suficiente. E esta suficiência é um superpoder.
Como o é o seu chegar destemido, o pegar-nos ao colo, o apertar-nos com a força certa para conter sem magoar, o olhar e examinar à lupa o dói-dói para depois rematar com o “já passou”.
A mãe é um ecossistema de afetos e uma das suas principais funções é conter a angústia da criança, dizer-lhe que aquilo se reconstrói para depois ensiná-la a pensar sobre aquilo que sente.
“Quero a mãe”. Assim se fala…